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FEMAMA teme colapso de câncer em estágio avançado no pós-pandemia

FEMAMA teme colapso de câncer em estágio avançado no pós-pandemia

Por: Andreia Silveira, editora no PlanodeSaude.net.

Fontes: FEMAMA e SEGS.

Sobrecarga dos hospitais por conta do novo coronavírus traz consequências para outras áreas da saúde e FEMAMA teme agravamento na saúde em pacientes com câncer.

Com o início da pandemia no Brasil, o sistema de saúde (SUS) está sofrendo uma sobrecarga na quantidade de pacientes a serem atendidos e, principalmente, no alto número de exames realizados, não só do próprio Covid-19, mas das demais doenças, cuja demanda continua.

Uma pesquisa realizada pela FEMAMA (Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama) concluiu que, com o desamparo e falta de informações sobre tratamentos e exames, haverá um aumento relevante no número de casos de pacientes com câncer, por conta dessa sobrecarga.

Por não possuírem acesso aos resultados, muitos pacientes que já possuem o câncer podem ter um agravamento no desenvolvimento da doença. Ou, até mesmo aqueles que estão aguardando um diagnóstico, seja positivo ou negativo. Sem o diagnóstico necessário, a doença pode se tornar mais letal.

Segundo Clóvis Klock, médico patologista da Sociedade Brasileira de Patologia, sem um diagnóstico precoce, não há como saber em qual fase do tratamento será necessária uma quimioterapia ou cirurgia. Muitos desses pacientes serão diagnosticados com um avanço mais agravante da doença.

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Demora no diagnóstico do câncer traz consequências mais sérias

Uma pesquisa realizada pelo Tribunal de Contas da União (TCU), em 2019, apontou que as pessoas demoravam até 200 dias para ter uma confirmação positiva ou negativa do exame realizado. Para os casos positivos o resultado era ainda pior, o que resultava em um maior volume de pacientes com a doença em estágio avançado.

Com a pandemia, esse quadro tende a se agravar. Existem diversos motivos que explicam essas circunstâncias. Muitos hospitais reservaram grande parte dos seus leitos disponíveis para o tratamento de pacientes com Covid-19.  Além disso, a taxa de enfermeiros e médicos em serviço diminuíram, pois muitos deles estão em quarentena.

Também há pessoas que estão com certo receio de entrarem em hospitais durante pandemia, com o risco de acabarem sendo contaminadas pelo vírus. Mesmo com todos estes fatores, é de vital importância que qualquer pessoa que perceba algum sintoma que possa oferecer riscos à sua saúde, sejam dores no peito, surgimento de caroços, sangramentos, entre outros, devem procurar um especialista com urgência.

Buscar ajuda de um médico por motivos assim não vai contra as medidas de distanciamento social. Por isso, se for necessário sair, é fundamental que o paciente utilize as medidas de proteção recomendadas pela OMS (Organização Mundial da Saúde).

O que diz a OMS

Segundo a OMS, toda essa instabilidade está afetando diretamente na gestão dos vários níveis do sistema municipal e estadual. Portanto, é necessário a atitude de medidas urgentes. Uma delas, por exemplo, é optar por hospitais exclusivos livre de sobrecarga, para o atendimento desses pacientes.

Também é essencial que os gestores se atentem e sigam as diretrizes ministeriais reservadas às pessoas em fase de tratamento. Com orientações objetivas, elas podem ter acesso a informações mais concretas sobre um direcionamento que não venha causar um colapso no sistema de saúde.

Se essas normas forem seguidas, será possível realizar as consultas necessárias, sem que haja maiores riscos quanto a exposição da saúde do paciente.

Para os tratamentos, o ideal é que eles não sejam interrompidos. Se for o caso, é possível buscar outras formas de atendimento, além da presencial, como um sistema de triagem on-line para tirar as dúvidas que surgirem. São muitos os profissionais que utilizam da telemedicina no plano de saúde, inclusive, para evitar idas aos hospitais e clínicas de forma desnecessária.

Além disso, os profissionais estão procurando diminuir o tempo de atendimento nas consultas ao paciente oncológico, quando este precisa o fazer de forma presencial, reduzindo assim, o fluxo nas clínicas. O importante é que o contato entre médico e paciente seja mantido.

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