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Droga usada contra câncer pode prevenir insuficiência cardíaca

Droga usada contra câncer pode prevenir insuficiência cardíaca

Uma equipe de pesquisadores do Instituto Gladstone descobriu uma nova estratégia para tratar a insuficiência cardíaca, um dos principais fatores ligados à mortalidade e aos altos custos de saúde. Apesar do uso generalizado de drogas atualmente aprovadas, aproximadamente 40% dos pacientes com insuficiência cardíaca morrem dentro de cinco anos do seu diagnóstico inicial.

— O atual padrão de atendimento é claramente insuficiente, o que destaca a necessidade urgente de novas abordagens terapêuticas — disse Saptarsi Haldar, pesquisador de Gladstone e autor sênior de um novo estudo apresentado na revista “Science Translational Medicine”. — Em nosso trabalho anterior, descobrimos que uma molécula chamada JQ1 pode prevenir o desenvolvimento de insuficiência cardíaca em ratos, quando é administrada no início da doença. No entanto, a maioria dos pacientes que necessitam de tratamento já têm a doença há uma longa data. Precisamos determinar se nossa pesquisa também poderia tratar insuficiência cardíaca nestes casos.

Como parte de um novo programa de tratamento, drogas derivadas da molécula JQ1 estão atualmente sob estudo na fase inicial de terapias contra o câncer. Estes fármacos atuam inibindo uma proteína chamada BRD4, que influencia diretamente a insuficiência cardíaca.

Com este estudo, os cientistas descobriram que a molécula pode efetivamente tratar insuficiência cardíaca em estado grave tanto em pequenos animais quanto em modelos de células humanas, bloqueando a inflamação e a fibrose (cicatrização do tecido do coração).

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— Sabe-se há muito tempo que inflamação e fibrose estão ligados ao desenvolvimento de insuficiência cardíaca, mas a segmentação desses processos com drogas permaneceu um desafio significativo — acrescentou Haldar, que também é professor do Departamento de Medicina da Universidade da Califórnia em San Francisco. — Inibindo a função da proteína BRD4, uma abordagem que bloqueia simultaneamente esses dois processos, estamos usando um processo novo e diferente para resolver o problema.

Os fármacos disponíveis e usados atualmente para a insuficiência cardíaca atuam na superfície das células cardíacas. Em contraste, a abordagem de Haldar vai para a raiz do problema e bloqueia processos destrutivos no centro de comando da célula, ou núcleo.

— Usamos a JQ1 para tratar insuficiência cardíaca em ratos, de forma semelhante àquela como os doentes seriam tratados numa clínica — disse Qiming Duan, coautor do estudo. — Conseguimos resultados eficazes contra a insuficiência cardíaca que ocorre tanto após um ataque cardíaco ou em resposta à pressão arterial persistente, sugerindo que este tratamento teria bons resultados em uma ampla gama de pacientes.

Fonte: O Globo / Site
Notícia publicada em: 17/05/2017
Autor: Indefinido

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