Câncer de colo de útero é evitável e curável
Mês de janeiro é dedicado à conscientização para a prevenção. No Brasil, esse tipo de câncer mata uma mulher a cada 30 minutos. São quase 5.500 mortes por ano e, infelizmente, 70% dos diagnósticos são tardios
Segundo o calendário da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO), o mês de janeiro é dedicado à conscientização do câncer de colo de útero, segundo câncer feminino mais importante no Brasil. O Instituto Nacional do Câncer (INCA) estimou 16.340 casos para o país em 2016. Segundo o oncologista clínico do Centro de Tratamento do Câncer (CTCAN/RS), Dr. Alvaro Machado, o principal causador do câncer de colo do útero é o HPV, vírus do papiloma humano, ou seja, um câncer evitável e curável. “O tabagismo, o início precoce da vida sexual, o número elevado de parceiros sexuais e de gestações, o uso de pílula anticoncepcional e a imunossupressão são fatores predisponentes”, explica Machado.
O HPV é transmitido principalmente por via sexual, mas não exclusivamente. De acordo com o oncologista, ele infecta cronicamente as células do colo do útero, do pênis, da vagina, da vulva, do ânus e da boca/garganta, podendo causar as verrugas (papilomas). Com o passar dos anos, se não eliminado, provoca alterações no DNA, levando à transformação em células malignas. As principais formas de prevenção são: limitar os parceiros sexuais, não fumar, praticar atividade física regular e usar preservativo em todo ato sexual, além da vacinação contra o HPV em idade adequada (12-14 anos). “Após o início da atividade sexual a mulher deve fazer o exame ginecológico e o preventivo, que é a análise das células do raspado cervical (papanicolau) para identificação de alterações iniciais, pré-malignas ou diagnóstico precoce do câncer e tratamento adequado, com imensas chances de cura”. O papanicolau deve ser realizado em todas as mulheres com vida sexualmente ativa, pelo menos uma vez ao ano. Se o resultado do exame for negativo por três anos seguidos, o intervalo passa a ser de três em três anos. A faixa etária com maior incidência é de mulheres mais jovens, entre 30 e 50 anos de idade.
Como a maioria dos cânceres, o início do câncer do colo do útero é silencioso, por isso a importância do exame ginecológico e do papanicolau. Conforme o oncologista, sangramento no ato sexual ou espontâneo fora do período menstrual, dor durante o ato sexual, verrugas ou feridas no colo do útero podem ser sinais iniciais. “Dor pélvica, anemia, insuficiência renal, sangramento anal ou urina com conteúdo intestinal são sinais de doença avançada”, explica.
Educação sexual como forma de prevenção
“Infelizmente a educação sexual ainda não faz parte da rotina das escolas e famílias. Esclarecimento e informação são armas poderosas contra qualquer doença”, alerta Machado. A razão da elevada taxa de mortes pelo câncer do colo do útero, segundo ele, é o diagnóstico tardio, sendo que 70% das mulheres diagnosticadas têm doença avançada. “O tratamento do câncer do colo do útero tem evoluído também. As taxas de cura são elevadas na doença em fase inicial e, para estágio mais avançados, novos medicamentos têm melhorado a taxa e tempo de controle da doença, além da expectativa muito promissora da imunoterapia”, complementa.
Fonte: DW Press
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