As duas leis que ajudam o Japão a ser um dos países mais ‘magros’ do mundo
fonte: BBC Brasil
A lista dos 50 países com menores índices de obesidade do mundo está cheia de nações que lutam contra a pobreza, a fome, a falta de segurança – ou tudo isso ao mesmo tempo. Mas no 38º lugar, entre Mali e Zimbábue, um país se difere do resto.
Com apenas 3,7% de obesidade entre a população adulta, o Japão é, de longe, a nação desenvolvida com taxas mais baixas.
Se o país for comparado a outros membros do G8 (grupo de nações com as economias mais industrializadas do planeta), as diferenças são gritantes: Alemanha, França e Itália têm entre 21% e 22% de obesos na população, Reino Unido tem aproximadamente 26% e os Estados Unidos, quase no outro extremo, registram 33,6%.
Para efeito de comparação, o Brasil tem 17,1% de obesos entre a população.
A BBC Mundo, serviço da BBC em espanhol, conversou com Katrin Engelhardt, especialista em nutrição da OMS (Organização Mundial da Saúde), sobre o sucesso japonês em manter níveis baixos de obesidade e sobrepeso em todas as idades da população.
Por trás dos bons resultados, destaca Engelhardt, há um governo comprometido com políticas para manter o sobrepeso sob controle, investindo muito em programas de nutrição e educação para a saúde.
Todas essas medidas fazem parte de uma campanha nacional chamada “Saúde Japão 21”.
Para começar, entenda duas leis específicas que ajudam a garantir a boa saúde no país e a frear a obesidade:
Lei Shuku Iku, para a educação das crianças
“Essa lei tem um nome bem profundo”, explica Engelhardt. Shuku faz referência à comida, à dieta e ao ato de comer, enquanto Iku se refere à educação intelectual, moral e física.
O objetivo dessa regra é aumentar a informação dos estudantes sobre a cadeia alimentar, a procedência e a produção dos alimentos, além de exigir educação sobre nutrição desde os primeiros anos de escola até o nível secundário.
Lei Metabo, para controlar o peso em adultos
Outra legislação que a especialista destaca para explicar o êxito japonês é a Lei Metabo (de metabolismo), que estimula adultos entre 40 e 75 anos a fazerem uma medição anual da circunferência abdominal.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, uma circunferência de mais de 94 cm para homens e mais de 80 cm para mulheres traz mais risco de complicações metabólicas, como doenças cardiovasculares.
Comida tradicional e porções pequenas
Mas além das leis específicas, há peculiaridades culturais que ajudam aos japoneses a se manterem no peso.
Como em outras sociedades asiáticas como a Coreia do Sul, que também tem um índice de obesidade bem baixo (4,6%), no Japão se dá muita importância à comida tradicional.
Os países da América Latina com índices mais baixos de obesidade
1. Haiti: 6,7%
2. Honduras: 12,3%
3. Bolívia: 12,4%
4. Nicarágua: 12,6%
5. Guatemala: 13,4%
Os países da América Latina com índices mais altos de obesidade
1. Argentina: 26,7%
2. Chile: 24,8%
3. México: 23,7%
4. Uruguai: 23,5%
5. Venezuela: 21,9%
Leia mais em BBC Brasil.
Deixe seu Comentário
Atenção: Os comentários abaixo são de inteira responsabilidade de seus respectivos autores e não representam, necessariamente, a opinião da AMUCC