AMUCC marca presença em audiência pública sobre mamografia na Alesc
A audiência pública que debateu a situação dos exames de mamografia no Estado foi realizada na manhã de terça-feira (9), na Assembleia Legislativa (Alesc). A presidente da AMUCC, Leoni Margarida Simm, participou da mesa de debates defendendo a posição da Rede de Controle do Câncer na Mulher em Santa Catarina (Recan) para realização de mamografia em mulheres a partir dos 40 anos de idade, como determina a Lei 11.664/2008. Atualmente, este direito é garantido apenas a mulheres entre 50 e 69 anos de idade.
Representantes de organizações e profissionais de saúde estiveram presentes para debater o tema de forma regional e nacionalmente. Uma das falas mais recorrentes entre os presentes na mesa foi a falta de estudos nacionais voltado para o câncer de mama no Brasil e a defesa da realização da mamografia a partir dos 40 anos de idade. O médico Carlos Gustavo Crippa, do Centro de Pesquisas Oncológicas (Cepon/SC), informou que Santa Catarina, apesar de ter equipamentos, não consegue fazer com que o tratamento chegue até a mulher necessitada de atendimento. Além disso, afirmou que o apoio de organizações como a AMUCC e a rede de atendimento à mulher é de grande importância na garantia da qualidade no atendimento SUS.
Ao abrir para as falas do público presente, a coordenadora do Grupo de Apoio à Mulher Mastectomizada (Gama), do Cepon/SC, Lílian Martinho, pediu que o Estado tome alguma providência em relação ao fechamento da ala direcionada a tratamento de câncer de mama da maternidade Carmela Dutra. “Ressalto aqui que é uma vergonha o
que está acontecendo no nosso município”, reclama. Lílian também pediu que as autoridades deem mais atenção para o Cepon.
A diretora da AMUCC, Jurema dos Santos, parabenizou em sua fala a presença dos militantes a favor do uso da fosfoetanolamina. Também destacou a relevância de eventos como a audiência pública para resolver a situação atual.“Vejo que cada vez mais o movimento do Outubro Rosa tem uma grande importância. Precisamos unir a todos, do Legislativo, a sociedade para que possamos vencer nas nossas causas”, afirmou.
Além de estender a mamografia a mulheres a partir dos 40 anos, as 14 Ongs ligadas à Recan também reivindicam a busca ativa às mulheres entre 50 e 69 anos e maior agilidade na marcação de mamografias, pois constatam haver muita demora na marcação de exames e consultas em todas as regiões do Estado. Denunciam ainda a demora no início do tratamento, mesmo após o diagnóstico, e a falta de realização de exames complementares, como biópsia, ultrassom, ressonância magnética, entre outros
Além da presença de membros da Recan e Rede Feminina de Combate ao Câncer, militantes a favor da fosfoetanolamina também participaram da audiência, formando um protesto silencioso na plateia, com uso de máscaras, camisetas e placas com os dizeres: “Quem tem câncer tem pressa.”
O médico mastologista Ygor Vieira de Oliveira, representando a Sociedade Brasileira de Mastologia, afirmou que a faixa etária mínima para que a mamografia seja efetiva, deve ser a partir de 40 anos e não de 50 a 69. “Se deixarmos para detectar tardiamente, a incidência de mulheres portadoras de câncer em fase metástica será muito maior”, afirma.
Hospital Maternidade Carmela Dutra não opera mais
Durante a audiência, o médico mastologista Ygor Vieira de Oliveira informou que o Hospital Maternidade Carmela Dutra não realiza mais cirurgias por falta de funcionários. O centro cirúrgico está fechado há mais de um mês e existe apenas a promessa de abrir uma das salas de cirurgia, com atendimento parcial.
A ex deputada Ângela Amin se mostrou indignada pela situação do hospital maternidade Carmela Dutra: “é uma vergonha, um hospital que antes era referência em atendimento a mulher, estar do jeito que está agora. Estou indignada.”
Veja a reportagem sobre a audiência pública na Agência Alesc
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